Governo do DF vende área igual a 31 campos de futebol para pagar conta do estádio da Copa-2014 em Brasília
Ueslei Marcelino/Reuters
- Para Agnelo Queiroz, governador do DF, custo do estádio de Brasília, de R$ 1,5 bi, ‘é o mais barato do Brasil’
Para pagar a conta da construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, o governo do Distrito Federal está usando recursos da venda de terrenos públicos por todo o DF.Orçado até agora em R$ 1,5 bilhão, o estádio consome recursos da venda (através de licitações) de áreas que, somadas, possuem tamanho maior que o de 31 campos de futebol, considerando o tamanho oficial mínimo recomendado pela Fifa para partidas internacionais, que é de 100 metros de comprimento por 75 metros de largura.
Na prática, o governo do DF está trocando terras públicas pelo estádio, já que 100% da obra é financiada com recursos da Terracap, empresa estatal responsável pela administração e venda dos terrenos de propriedade do governo. Até 31 de dezembro de 2012, a Terracap havia repassado R$ 750 milhões para pagar a construção do estádio, de acordo com o governo do DF. Logo, ainda falta pagar outros R$ 750 milhões, metade da obra.
O estádio de Brasília receberá a abertura da Copa das Confederações, uma partida entre Brasil e Japão, no dia 15 de junho deste ano.
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Conta simples
De acordo com o índice Fipe (Fundação Insituto de Pesquisas Econômicas), divulgado no final de janeiro deste ano, o preço médio do metro quadrado em Brasília, um dos mais caros do Brasil, é de R$ 6.372. Assim o governo do DF tem que vender, na média, 235.405 metros quadrados de terras públicas para quitar o R$ 1,5 bilhão que a obra do estádio vai custar no total, isso se não houver novos reajustes no preço como tem ocorrido desde julho de 2010, quando a obra começou.
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A Terracap afirma que realiza cerca de uma licitação por mês de terras públicas no territtório do Distrito Federal, independentemente da construção do estádio.
Na primeira licitação de 2013, em janeiro, a empresa se desfez de 138 lotes de imóveis, de tamanhos e localizações diversas, arrecadando R$ 41 milhões. O resultado da licitação ainda precisa ser confirmado. Para o dia 28 de fevereiro, está prevista licitação de outro lote, desta vez com 104 terrenos.
Sem financiamento
O governo do Distrito Federal recusou ofinanciamento de R$ 400 milhões ou 75% do valor da obra oferecido pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção de todos os 12 estádios da Copa de 2014. É o único gestor dentre os construtores das arenas da Copa que abriu mão do dinheiro.
As condições da linha Pró-Copa Arenas, do BNDES, são bem melhores que as de mercado. Primeiro, não há necessidade de garantia para entes públicos. Além disso, a soma de juros, correção e taxas cobradas pelo BNDES ficam em torno de 7% ao ano. Não há nada igual no mercado.
Em contrapartida, porém, o banco exerce, por força de contrato, um papel de fiscalização e controle da obra. Quem assina o contrato com o BNDES tem os recursos liberados aos poucos. É preciso, por exemplo, a cada três meses, apresentar um relatório de progresso físico-financeiro da obra.
Além disso, semestralmente, o contratante deve apresentar um relatório de acompanhamento da execução físico-financeira feito por uma auditoria independente. Depois, ao término da obra, o tomador do empréstimo tem três meses para apresentar um relatório final, também feito por uma auditoria. Sem pegar o dinheiroemprestado, o governo do DF não é submetido a todo este controle durante a construção da arena.
‘Mais barato do Brasil’
Apesar do Estádio Mané Garrincha ser, até agora, o estádio mais caro dentre os 12 em construção ou reforma para a Copa de 2014, na opinião do governor do DF, Agnelo Queiroz, “é o mais barato do Brasil se for medido metro quadrado a metro quadrado de construção”. O governador deu a declaração no dia 28 de janeiro, a 500 dias para o início da Copa de 2014. Queiroz não explicou como havia chegado a essa conclusão.
De acordo com nota da assessoria de imprensa do governo do DF enviada ao UOL Esporte, a construção do estádio ficará em torno de R$ 1 bilhão. Apesar disso, o Tribunal de Contas do Distrito Federal diz que a obra, orçada inicialmente em R$ 671 milhões, já chegou ao R$ 1,2 bilhão. Quando incluídos os gastos com paisagismo e urbanização dos entornos do estádio, a conta está em 1,5 bilhão.
Relatório do tribunal divulgado no final de janeiro identificou superfaturamento e pagamentos em duplicidade na obra no valor de cerca de R$ 112 milhões e caso não haja explicações convincentes, pede a devolução do dinheiro aos cofres públicos do DF.
UOL, em São Paulo
O estádio não custará R$ 1,5 bilhão. Matérias que divulgam esse valor cometem um grande equívoco ao considerar os R$ 360 milhões que se referem à revitalização da área central de Brasília e envolvem um conjunto de 10 obras de infraestrutura, como custo da obra do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
Veja a íntegra da nota do Governo do Distrito Federal (GDF) com todas as explicações sobre o caso: http://gdf.me/2pf
As notícias faz pelo menos um ano apontam que é o Estádio mais caro do Brasil. Mas o simples fato de ter 70 mil lugares já seria o suficiente para uma matéria como essa. Ter rejeitado o financiamento e a fiscalização do BNDES só agrava mais as coisas. Enfim, o valor da obra em si não é o centro da discussão. A questão maior é de POSTURA do governo do DF. UMA VERGONHA!
O GDF é uma corja de politicos bandidos aventueiros. Um bando de forasteiros de outros estados e este governador não é nada mais além de um deles. É o preço que Brasília paga por ser ainda uma nova cidade construida praticamente em um dia. Paulo Otávio por exemplo não é brasiliense e se dependesse dele com a sua construtora, Brasília ja seria uma São Paulo. Como ele, existem centenas de políticos e empresários e laranjas de empresários na política esperando apenas a menor oportunidade para lucrar levianemente e pouco se importando com a terra, com a cidade. Agnelo é uma vergonha e assim tambem foi Roriz e infelizmente haverão muitos outros. O GDF favorece a favelização do DF o que abre as portas para as empreiteras. O repetido embargo ao editaL do VLT, o que só beneficiou as empresas de ônibus foram provocados pelo GDF justamente com este propósito. GDF, acorda! Tem muita gente de olho.
Leonardo, infelizmente os exemplos negativos predominam na política mas há pessoas de boa índole nas quais vale a pena acreditar e que merecem nosso apoio. Brasília sofre muito com o assédio do mercado imobiliário e precisamos de um governo idôneo e disposto a ir contra esses interesses priorizando a proteção de nosso Patrimônio Mundial. Temos que trabalhar para alcançar isso o mais rápido possível.Grande abraço!
outras empresas que também tão pagando a conta, principalmente essas: caesb e ceb.